Doorm
Por vezes, o mais difícil é encontrar uma função adequada para o edifício a recuperar. No caso da antiga Fábrica das Gaivotas cuja atividade, iniciada em 1811, correspondia a fabricar garrafas e frascos de todo o tipo e feitio, sobretudo para a área médica e farmacêutica, o problema da forma e da função impôs-se com especial relevo.
Tendo encerrado actividade nos anos oitenta do século XX, o edifício foi-se progressivamente degradando e, aquando da sua compra, pôs-se a pergunta fundamental pela função a atribuir-lhe. Colocou-se a hipótese de um hotel ou de um alojamento local de curta duração mas decidiu-se, de forma inédita, implementar uma residência privada para estudantes, a primeira a ser construída na zona histórica de Lisboa.
Composta por 84 quartos, dos quais 26 duplos, cozinhas comunitárias, salas de convívio e de estudo, recepção, back office, ginásio e lavandaria, o edifício e aqueles que o habitam, não se ressentem em nenhum momento, das soluções económicas – tanto a nível material como de volumetria – que o ratio de sustentabilidade financeira e habitabilidade, num edifício com o propósito muito específico de ser uma residência de estudantes, requer. A prova, a ser necessária, é o uso e vida vibrantes que os seus ocupantes lhe emprestam e que podem ser aferidos numa simples visita.
A conservação da chaminé de alvenaria de tijolo maciço e da fachada cenário, que são parte integrante da memória local, garante a preservação temporal de uma identidade que nem sempre sobrevive numa intervenção deste tipo.
Ano
2013 - 2016
Localização
Lisboa, Portugal
Área
2842 m2
Cliente
DOORM Portugal
Arquitectura
Luís Rebelo de Andrade, Filipe Ferreira, Raquel Jorge, Pedro Duarte Silva, Frederico Oliveira Marques
Projecto de Estruturas
R5 Engenharia
Projecto de Infraestruturas
R5 Engenharia
Construção
Civilcasa Construções
Coordenação de Obra
DSC Consultadoria de Engenharia
Fotografia
FG + SG - Fotografia de Arquitectura
Texto
Valério Romão