Margens do Rio Avelames
O rio Avelames é, de certo modo, uma parte do parque das Pedras Salgadas; contorna-o, confere-lhe uma forma e uma fronteira e abraça-o. A requalificação das suas margens – feita com a cooperação de um arquitecto paisagista e de um engenheiro hidráulico – propôs tornar o percurso do rio mais orgânico e, mediante a criação de diques, suprir a falta de água na época estival, que seca o seu leito.
Assim, as margens do rio deixaram de ser uma imposição resultante do encontro da água com o terreno circundante. O canal, que corria essencialmente a direito, passou a serpentear, moldando-se à imagem de uma cobra em movimento. Foram igualmente construídas pontes para que o percurso não fosse ditado pela existência de uma única forma de atravessar o rio e o que antes era um obstáculo, foi transformado numa possibilidade de usufruto.
A criação de lugares de travessia fez do caminho um passeio. Zonas de estar, de praia e pequenos embarcadouros pontuam as margens do rio, para fruição dos locatários do parque e da população da vila. A ideia que preside a todo o conceito, é resgatada da época do romantismo termal: famílias dispondo comida sobre impecáveis toalhas de linho branco, uma criança aprendendo a remar num pequeno barco amarrado à margem com uma corda, um par de banhistas adolescentes e ruidosos competindo pela chegada a uma meta imaginária.
Ano
2012 - 2015
Localização
Vila Pouca de Aguiar, Portugal
Área
33784 m2
Cliente
Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar
Arquitectura
LuÍs Rebelo de Andrade, Tiago Rebelo de Andrade, Raquel Jorge, Pedro Baptista Dias
Arquitectura Paisagista
Get Out
Engenharia Hidraúlica
Sisidro
Projecto de Estruturas
Scarlety Engenharia
Fotografia
FG + SG - Fotografia de Arquitectura
Texto
Valério Romão