Santana à Lapa
A história do edifício habitacional da Santana à Lapa é uma história de escolhas e de compromissos, tendo em vista o diálogo e o equilíbrio. Partindo de dois volumes radicalmente distintos – um, tipicamente pombalino e outro em betão, nada característico da zona em que se insere – e tendo como finalidade a união de ambos num único volume, foram concebidas e implementadas soluções que resolveram os problemas de integração, que dois edifícios cujas cotas são diferentes e que têm fachadas viradas para três ruas distintas, apresentam.
Optou-se pela recuperação do edifício pombalino, por dialogar naturalmente e de forma orgânica com a rua e com a cidade e refez-se completamente o outro edifício. No seu lugar surgiu um prédio de características modernas, com sacadas em ferro e janelas recuadas com ombreiras escuras que se repetem na fachada posterior do edifício pombalino, reforçando a ligação umbilical que os dois edifícios mantêm entre si.
No interior, os diversos volumes comunicam entre si mediante um átrio comum com passadiços. É este, na verdade, o sistema circulatório que confere unidade aos dois volumes com linguagens exteriores diferentes e cotas distintas. Os materiais escolhidos – a madeira, a pedra de lioz e o azulejo – sublinham a identidade portuguesa que se quis preservar e a linguagem dos interiores dá continuidade e reforça essa marca identitária. Os últimos pisos do edifício, virados para Sul, têm uma relação privilegiada com o interlocutor mais importante da cidade de Lisboa: o rio Tejo.
Ano
2013 - 2016
Localização
Lisboa, Portugal
Área
2554 m2
Cliente
Quantico SA
Arquitectura
Luís Rebelo de Andrade, Anna Buono, Rita Medina, Francisco Magalhães e Menezes, Pedro Duarte Silva
Construção
Civilcasa Construções
Coordenação de Obra
DSC Consultadoria de Engenharia
Fotografia
FG + SG - Fotografia de Arquitectura
Texto
Valério Romão