A quinta do Vale Abraão é mais do que um conjunto de edifícios. Para além de ter inspirado criadores como Agustina Bessa-Luís ou Manoel de Oliveira, é Património Mundial da UNESCO e um importante ponto de referência na região do Vale do Douro. Tendo surgido no início do século XX, no auge da modernidade e do futurismo, a quinta integra elementos arquitectónicos de linguagens distintas. Apesar disso, o resultado não comporta qualquer cacofonia.

O rio Douro e a vegetação que recobre as encostas que o circundam, são as marcas identitárias da região e conferem à quinta um carácter romântico.

A imponência da quinta comporta a sua própria fragilidade. A sua localização num vale e a sua omnipresente visibilidade, foram os grandes desafios da intervenção a que foi submetida. O projecto de reabilitação e ampliação dos edifícios para acomodar um hotel de luxo, implicava a passagem de 4.000 m² de área construída para 22.000 m² e o risco de, com isso, destruir definitivamente a sua aura original. As soluções adoptadas implicaram sempre a óptica da invisibilidade: jardins verticais recobrindo paredes, terraços ajardinados com linhas de vinha, spa e zonas técnicas inteiramente escondidas sob o solo. Até o castanho invulgar das fachadas – inspirado nos materiais autóctones, como o xisto e o arvoredo – teve como propósito camuflar a estrutura edificada.

O resultado traduz perfeitamente a ideia fundadora do projecto. O aspeto tradicional da quinta e a aura que lhe subjaz são intocados e integram de forma harmoniosa os elementos contemporâneos que fazem da quinta de Vale Abraão o melhor Hotel SPA do mundo.

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